segunda-feira, 2 de junho de 2014

Ser inteligente é diferente!



Abandone quase tudo o que a escola te ensinou!
Ainda não sei se esse não seria o título ideal.

Olá!

Permitam-me recorrer aqui a um texto clássico, contido no livro O Senhor está brincando, Sr. Feynman?

O Sr. Feynman foi um físico que foi enviado do governo americano para essa terra tupiniquim entender como estávamos ensinando física aos nossos futuros professores.

No final desse post, deixo o link com o texto, calma...

O interessante é que nosso herói, é um prêmio Nobel e também esteve envolvido com o Projeto Manhattan (assunto para outro post), que botou abaixo duas cidades no Japão.

Mas o que tudo isso tem a ver com o título dessa postagem? Bem, eu explico:

Eu sempre gostei de ciências. Quando era criança, meu pai, recém formado em Eletrônica, construía brinquedos para mim, como um pianinho elétrico, feito de madeira, parafusos, uma soleira de carpete serrada (para dar o contato elétrico e fazer as teclas), um punhado de resistores, fios um alto-falante e um 555 (circuito integrado da época). Eu sabia que aquele conjunto de peças dava um  pianinho. Assim como sabia que se ligasse uma corrente maior, a velocidade do motor, seria a mesma, mas a força não.

O que eu quero dizer que meu interesse por ciências nasceu da minha descoberta do mundo. E morreu quando eu cheguei na escola. Eu simplesmente não entendia. Será que eu era burro?

Cresci com esse estigma de ser deficiente. A maioria dos professores do meu ensino médio falavam isso, meus colegas de sala também. Mas fora da sala, eu era capaz de entender muito melhor o mundo a minha volta do que qualquer colega meu. O que estaria acontecendo?

Para mim era o pesadelo ter que ler um livro. Essas coisas simplesmente não faziam sentido para mim. Na escola, eu não podia fazer perguntas, por que estaria atrapalhando a aula, atrasando os outros colegas e incomodando os professores. Na 7a série, os colegas diziam: pedra não fala, então cale a boca!

A vida ficou sem sentido algum, e eu quis sinceramente acabar com ela, ou não tive coragem ou não fui competente a esse ponto, ainda não sei... Quando racionalizo, penso que DEUS (chame-O como quiser) é que não permitiu que isso acontecesse...

Mas por que eu estou falando isso? Apesar de existirem alguns professores que literalmente salvaram a minha vida, a grande assustadora maioria apenas repete o conteúdo que foi aprendido. Aprender um conteúdo não se chama inteligência, se chama erudição! O inteligente sabe usar o que aprende e é capaz de criar novas teorias sobre suas observações, mas não necessariamente sabe quem disse isso ou aquilo. O erudito é um especialista em informações. É um banco de dados. Uma coisa não exclui a outra, mas são completamente diferentes. Chamamos, aqui no Brasil de inteligente, quem é, na verdade, erudito.

Nossas provas, vestibulares, e toda a sociedade foi educada para decorar o que está nos livros, sem se preocupar se quem está do outro lado aprendeu. Isso até no ensino de matemática! Se um aluno descobre outro jeito de resolver um problema, isso é desestimulado, claro, daria mais trabalho para o professor incentivar o aluno.

Nosso ensino médio e superior entrega o aluno de forma mais avançada no conteúdo, do que escolas dos norte-americanos. Entretanto, produzimos muito menos físicos, químicos, engenheiros, médicos, e até professores competentes do que eles. Por quê? Nós e toda a nossa cultura não ensina a pensar. É claro, existem exceções e não raras, mas poucas.

Nossos livros didáticos são tão ruins, que precisamos de uma extrema força de vontade para virar a página.

Um exemplo perfeito foi o dado pelo Sr. Feynmann no seu livro, falando sobre nossos livros didáticos de física, veja que interessante:

... Ao folhear o livro aleatoriamente e ler uma sentença de uma página, posso mostrar qual é o problema – como não há ciência, mas memorização, em todos os casos. Então, tenho coragem o bastante para folhear as páginas agora em frente a este público, colocar meu dedo em uma página, ler e provar para os senhores.”
Eu fiz isso. Brrrrrrrup – coloquei meu dedo e comecei a ler: “Triboluminescência. Triboluminescência é a luz emitida quando os cristais são friccionados…”...

Agora, experimente falar dessa forma para um estudante:

...  ‘Quando você pega um torrão de açúcar e o fricciona com um par de alicates no escuro, pode-se ver um clarão azulado. Alguns outros cristais também fazem isso. Ninguém sabe o motivo. O fenômeno é chamado triboluminescência’. Aí alguém vai para casa e tenta. Nesse caso, há uma experiência da natureza.” Usei aquele exemplo para mostrar a eles, mas não faria qualquer diferença onde eu pusesse meu dedo no livro; era assim em quase toda parte. ...

Nosso emburrecimento nacional começou na escola. Que contrassenso!

Por hora eu vou ficando por aqui. Mas esse tema vai voltar muitas vezes, acho que vai ser uma série de textos.

Quero agradecer aos professores, da escola e fora dela,  que salvaram a minha vida...

Ah, sabe quando foi a visita ao Brasil? na década de 1950....

Veja a parte na íntegra do texto que extraí para essa postagem. Ou, compre o livro, meu!

Até o próximo post! 

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